Nome: Delírio
Autor: Lauren Oliver
Gênero: Distopia,
Young Adult
Idioma: Português
Editora: Intrínseca, 352 páginas.
Título Original: Delirium
Saga: Delirium
Ano de Publicação: 2011
Sinopse: Muito tempo
atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado
na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A
ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos
sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que
esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem
arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada,
ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será
designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua
família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a
intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade,
existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o
tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são
bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los,
ela ainda escolheria a cura?
Resenha:
Por
onde começar essa resenha? Delirium é um livro que me deixou pensando nele por
meses a fio. Volta e meia olhava para uma coisa na rua e conseguia ver a
essência do livro percorrer a minha vida, como se já virasse parte dela. E é
exatamente esse tipo de livro delicioso que Delirium é.
Na
realidade, não tem muito o que falar. A trama central do livro na verdade é bem
bobinha, e os personagens não são lá essas coisas tampouco. Lena tem um passado
doloroso, Alex é um cara encantador, Hana é a melhor amiga que desafia o
sistema. É claro que você vê o livro através dos pensamentos da Lena – é
narrado em primeira pessoa – mas às vezes senti que os personagens poderiam ter
evoluído um pouquinho mais, pelo menos até a metade do livro. E na verdade é só
por isso que o livro não ganha uma nota um pouquinho maior. E depois a história
foi evoluindo, e eu simplesmente me apaixonei.
Porque
na verdade, a ideia de Lauren Oliver é bem simples: discutir o papel do amor na
sociedade. “Nossa, Laura, mas que coisa clichê, pelo amor de deus” – é o que
você está pensando. E no começo, é mais ou menos isso. Só que Oliver evolui
isso ao extremo – a distopia é criada ao redor de uma cirurgia feita aos
dezoito anos que remove a parte do cérebro que é capaz de sentir emoções. E o
amor é considerado uma doença transmissível que deve ser removida a qualquer
custo.
Todo o
mundo de Delirium se baseia na cura de amor
deliria nervosa – o amor em si, e como ele afeta a sociedade. Quando o amor
e as emoções são removidas, inclui tudo – todas suas amizades, sua família,
absolutamente tudo. E foi essa parte que quase me matou por dentro. Enquanto eu
estava lendo, eu não podia deixar de pensar, o tempo inteiro – e se acontecesse
comigo? É isso que Delirium propõe dentro da história. Lena foi criada em uma
sociedade que acredita que toda forma de emoção é ruim, e que é a causa de
todos os problemas do mundo. E então Lena conhece Alex e BAM – nada mais faz
sentido. E o que eu mais adorei é que a autora faz você mergulhar nessa
sensação de dor e esperança e amor e alegria e felicidade que é se apaixonar ou
possuir uma grande amizade, o quanto é importante essa parte dentro dos
relacionamentos humanos. É simplesmente lindo ver como isso acontece, e Lena
começar a perceber o quão errada é essa sociedade que ela está vivendo. Porque
o amor dói? Claro. Tem horas que dá vontade de chorar e arrancar o coração
fora? Também. Mas não é um negócio que vale a pena? Não nos faz sentir vivos?
A proposta do livro é
simplesmente brilhante, não há outras palavras para descrever. É uma história
envolvente e de reflexão, da forma mais bonita. Oliver escreve de um modo
extremamente poético e envolvente, o que ajuda ainda mais dar o tom da obra.
Uma das coisas que também gostei foram os pequenos trechos que davam início ao
capítulo – com passagens do tratado da sociedade de Lena, sobre os sintomas de
amor deliria nervosa, e todo outro tipo de coisa que dava um toque extra aos
capítulos. Alguns parágrafos eram simplesmente aterrorizantes quando se pensa
nas consequências de uma vida assim, e eu achei maravilhoso. Porém, não é um
livro que contenha ação – e não vá esperando nada do gênero. Ele é um livro
cuja escrita é fluida e rápida, mas busca acima de tudo refletir nos próprios
seres humanos e suas emoções do que qualquer outra coisa.
Nota: 4.5/5
Quote: “I guess that’s just
part of loving people: You have to give things up. Sometimes you even have to give them up.”
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